segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Apostila Alunos do 2º ano Logística - material para IV unidade.


O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES NO CONTEXTO DA LOGÍSTICA

O CONCEITO DE LOGÍSTICA

A Logística pode ser definida como sendo o planejamento e a operação dos sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e temporais de forma econômica.
Nota-se, assim, que a Logística não se atem aos aspectos físicos do sistema (veículos, armazéns, rede de transportes, etc.). Os aspectos informacionais e gerenciais, envolvendo processamento de dados, tele-informática, processos de controle gerenciais, etc. fazem parte integrante da análise logística.
A Logística, por outro lado, procura resolver problemas de suprimento de insumos ao setor produtivo, de um lado, e de distribuição de produtos acabados ou semi-acabados na outra ponta do processo de fabricação.
No lado dos insumos, pode-se mencionar, dentre outros, os problemas ligados às fontes de suprimento (diversificação, preços, custos de transporte, etc.), à política de estocagem, aos meios de transporte utilizados, etc.
Na ponta oposta, que trata do produto acabado ou semi-acabado, os principais problemas de logística referem-se à armazenagem, processamento de pedidos, transferências, distribuição, etc.
Há, ainda, outros tipos de problemas logísticos gerais, como é o caso da localização de instalações de armazenagem, processamento de informações, etc., que merecem igualmente a atenção do analista.
Desta forma, de acordo como conceito apresentado, o enfoque logístico implica em vencer condicionantes espaciais e temporais. Esse aspecto é fundamental para se entender os conceitos envolvidos no moderno enfoque dos problemas logísticos. Enquanto o transporte tradicional de mercadorias cuida de vencer restrições espaciais, deslocando os produtos dos pontos de produção para os centros de consumo, a Logística, no seu enfoque moderno, não se restringe a isso. Ao contrário, as restrições temporais ocupam hoje papel de destaque na resolução dos problemas. O aspecto temporal aparece de várias formas, como, por exemplo, na exigência do cumprimento de prazos rígidos para entrega dos produtos no destino, a exigência de níveis de confiabilidade operacional, etc.
Um dos exemplos mais característicos das restrições temporais nos problemas logísticos é da distribuição diária de um grande jornal. Uma vez definidas e redigidas as matérias jornalísticas, o jornal é impresso, estando pronto para a distribuição. Surge, então, o problema complexo de levar o jornal para as bancas, para os assinantes e para pontos distantes do País e do exterior.
Vê-se, desde logo, que não basta transportar o jornal, da empresa jornalística até os pontos de consumo ou comercialização. Isso porque o jornal diário perde sua finalidade informativa se não chegar aos leitores a tempo de transmitir-lhes os fatos mais recentes. Jornal atrasado é papel morto, sem serventia.
É necessário, portanto, que se organize um sistema de distribuição eficiente em que o assinante, ou aquele que adquire o jornal na banca, o receba na hora certa. Há, assim, um forte condicionante temporal no processo, que exige um sistema de organização e distribuição bastante complexo, envolvendo muito mais dificuldades e requisitos do que o mero deslocamento (transporte) do produto.
Finalmente, na conceituação de Logística, pressupõe-se que o objetivo final dos sistemas planejados e implementados segundo esses princípios, seja o de se conseguir soluções econômicas, em que a preocupação com custos, embora não sendo o critério único, ocupa papel de destaque.
São inúmeros os exemplos de aplicação dos conceitos logísticos a problemas reais, quase sempre relacionados com os setores industrial e comercial.
Tome-se, como exemplo, o problema do abastecimento de peças, componentes e acessórios de uma indústria automobilística. A rede de concessionárias precisa estar abastecida de forma a atender às revisões e consertos dos veículos daquela marca, bem como vender as peças e componentes no varejo. Para a empresa montadora, por outro lado, não basta o simples ato de despachar as peças para os destinatários. A imagem de seus produtos ficará prejudicada sensivelmente se os serviços de assistência técnica não forem satisfatórios para seus clientes. A entrega das peças e componentes, no tempo certo, é assim, um elemento fundamental no processo. Obviamente, os aspectos ligados a custos (estoques, transporte, distribuição, controle, processamento, etc.) são fundamentais e constituem, não somente neste exemplo como nos demais, a espinha dorsal da avaliação de soluções alternativas.
Os problemas de Logística aparecem não somente na distribuição dos produtos. No processo inverso, constituído pela coordenação do recebimento dos insumos necessários à produção, há problemas relevantes que devem ser igualmente equacionados. No exemplo da empresa jornalística, o recebimento do papel de imprensa, de maneira a garantir um estoque adequado para as contínuas edições, constitui problema que exige muito esforço de coordenação e gerenciamento, objetivando maior racionalização do processo e redução de custos, incluindo o papel, o transporte e as despesas de estocagem.
A Figura 2.1, apresentada a seguir, procura dar uma visão do campo de atuação da moderna Logística. Hoje, a logística é entendida como a integração tanto da administração de  materiais, como da distribuição física.


  
Fig. 2.1: Escopo da Logística Empresarial
Fonte: BALLOU (1993)

No setor militar, o campo logístico sempre ocupou papel relevante. Os pontos avançados de ataque e de defesa precisavam estar adequadamente abastecidos de munição e provisões, sem o que as batalhas dificilmente seriam ganhas.




O PAPEL DO TRANSPORTE NA ESTRATÉGIA LOGÍSTICA

Introdução
O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do serviço ao cliente. Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas, o que, em alguns casos, pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de combustíveis.
As principais funções do transporte na Logística estão ligadas basicamente às dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o transporte de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado às necessidades do comprador. Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível. Além disso, como ilustra a figura 2.2, bens no momento certo possibilitam maiores preços.


Fig. 2.2: Bens no momento certo possibilitam maiores preços
Fonte: BALLOU (1993)

Muitas empresas brasileiras vêm buscando atingir tal objetivo em suas operações. Com isso, vislumbram na Logística, e mais especificamente na função transporte, uma forma de obter diferencial competitivo. Entre as iniciativas para aprimorar as atividades de transporte, destacamse os investimentos realizados em tecnologia de informação, os quais objetivam fornecer às empresas melhor planejamento e controle da operação, assim como a busca por soluções multimodais que possibilitem uma redução significativa nos custos. São inúmeros os exemplos de empresas com iniciativas desse tipo, destacando-se entre elas Souza Cruz, Coca-Cola, Brahma, Martins, Dow Química, entre outras.
Integração com outras funções logísticas
Um dos principais pilares da Logística moderna é o conceito de Logística Integrada, que está representado na Figura 2.3. Por meio desse conceito, as funções logísticas deixam de ser vistas de forma isolada e passam a serem percebidas como um componente operacional da estratégia de Marketing. Com isso, o transporte passa a ter papel fundamental em várias estratégias na rede logística, tornando necessária a geração de soluções que possibilitem flexibilidade e velocidade na resposta ao cliente, ao menor custo possível, gerando assim maior competitividade para a empresa.
Entre os principais “trade-offs” (compensações) que afetam a função transporte, destacamse os relacionados ao Estoque e ao Serviço ao Cliente.


Fig. 2.3: Estrutura do conceito de Logística Integrada
Fonte: FLEURY, at all (2000)

a) Transporte x Estoque
O ponto central deste trade-off é a relação entre políticas de transporte e de estoque. Dentro de uma visão não integrada, o gestor de estoques possui comumente o objetivo de minimizar os custos com estoque, sem analisar todos os custos logísticos. Este tipo de procedimento impacta de forma negativa outras funções logísticas, como por exemplo, a produção que passa a necessitar de uma maior flexibilidade (com lotes menores e mais freqüentes, ocasionando um custo maior) e uma gestão de transporte caracterizada pelo transporte mais fracionado, aumentando de uma forma geral o custo unitário de transporte. É importante deixar claro, que esta política pode ser a mais adequada em situações onde se utilizam estratégias baseadas no tempo, como JIT, ECR, QR. Estas estratégias visam reduzir o estoque a partir de uma visão integrada da Logística, exigindo da função transporte a rapidez e consistência necessária para atender os tamanhos de lote e os prazos de entrega. Além disso, em muitos casos a entrega deve ser realizada em uma janela de tempo que pode ser de um turno ou até de uma hora.
Outra questão importante ligada a este trade-off está associada a escolha de modais. Dependendo do modal escolhido, o transit time poderá variar em dias. Por exemplo, um transporte típico de São Paulo para Recife pelo modal rodoviário demora em torno de 5 dias, enquanto o ferroviário pode ser realizado em cerca de 18 dias. A escolha dependerá evidentemente do nível de serviço desejado pelo cliente, e dos custos associados a cada opção. O custo total desta operação deve contemplar todos os custos referentes a um transporte porta a porta mais os custos do estoque, incluindo o estoque em trânsito. Para produtos de maior valor agregado pode ser interessante o uso de modais mais caros e de maior velocidade.

b) Transporte x Serviço ao Cliente
O Serviço ao Cliente é um componente fundamental da Logística Integrada. Todas as funções logísticas vistas na figura 2.3 contribuem para o nível de serviço que uma empresa presta aos seus clientes. O impacto do transporte no Serviço ao Cliente é um dos mais significativos e as principais exigências do mercado geralmente estão ligadas à pontualidade do serviço (além do próprio tempo de viagem), à capacidade de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade, no que diz respeito ao manuseio de uma grande variedade de produtos, ao gerenciamento dos riscos associados a roubos, danos e avarias e à capacidade do transportador oferecer mais que um serviço básico de transporte, tornando-se capaz de executar outras funções logísticas. As repostas para cada uma destas exigências estão vinculadas ao desempenho e às características de cada modal de transporte, tanto no que diz respeito às suas dimensões estruturais, quanto à sua estrutura de custos.


Classificação dos Modais de transporte

Os cincos modais de transporte básicos são o ferroviário, o rodoviário, o aquaviário, o dutoviário e o aéreo. A importância relativa de cada modal pode ser medida em termos da quilometragem do sistema, volume de tráfego, receita e natureza da composição do tráfego. A tabela 2.1 resume a estrutura de custos fixos-variáveis de cada modal, ao passo que a tabela 2.2 classifica as características operacionais de cada modal quanto à velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e freqüência. Essas características serão discutidas a seguir.


Tabela 2.1: Estrutura de custos para cada modal


Fonte: FLEURY at all (2000)



Tabela 2.2: Características operacionais relativas por modal de transporte

(a menor pontuação indica a melhor classificação)
Fonte: FLEURY at all (2000)

A velocidade refere-se ao tempo decorrido de movimentação em uma dada rota, também conhecido como transit time, sendo o modal aéreo o mais rápido de todos. A disponibilidade é a capacidade que um modal tem de atender qualquer par origemdestino de localidades. As transportadoras rodoviárias apresentam a maior disponibilidade já que conseguem dirigir-se diretamente para os pontos de origem e destino, caracterizando um serviço porta a porta. A confiabilidade refere-se à variabilidade potencial das programações de entrega esperadas ou divulgadas. Os dutos, devido ao seu serviço contínuo e à possibilidade restrita de interferência pelas condições de tempo e de congestionamento, ocupam lugar de destaque no item confiabilidade.
A capacidade refere-se à possibilidade de um modal de transporte de lidar com qualquer requisito de transporte, como tamanho e tipo de carga. O transporte realizado pela via marítima/fluvial é o mais indicado para essa tarefa. A classificação final refere-se à freqüência, que está relacionada à quantidade de movimentações programadas. Novamente, os dutos lideram o item freqüência devido ao seu contínuo serviço realizado entre dois pontos. Conforme é ilustrado na tabela 2.2, a preferência pelo transporte rodoviário é em parte explicada por sua classificação de destaque em todas as cinco características. Transportadoras rodoviárias que operam sistemas rodoviários de classe mundial ocupam o primeiro ou o segundo lugar em todas as categorias, exceto no item capacidade.
No Brasil ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas modais sejam utilizadas da forma mais racional. Isto é reflexo do baixo nível de investimentos verificado nos últimos anos com relação à conservação, ampliação e integração dos sistemas de transporte. Apesar de iniciativas como, por exemplo, o processo de concessão à iniciativa privada de portos e ferrovias, pouca coisa mudou na matriz brasileira, conforme pode ser visto na tabela 2.3. A forte predominância no modal rodoviário prejudica a competitividade em termos de custo de diversos produtos, como é o caso das “commodities” para exportação.

Tabela 2.3: Participação dos modais na Matriz de Transporte (%)

Fonte: FLEURY at all (2000)

Impactos da Internet sobre o Transporte

A Internet, bem como outras tecnologias de informação, têm não apenas gerado necessidades específicas, mas também criados novas oportunidades para o planejamento, o controle e a operação das atividades de transporte. Dentre estas necessidades e oportunidades, poderíamos citar a crescente demanda por entregas mais pulverizadas, o surgimento de portais de transporte e o potencial para rastreamento de veículos em tempo real.

a) Pulverização das entregas
Entrega direta pelos fabricantes:
Através da Internet, tornou-se possível para fabricantes de produtos de elevado valor agregado, como os computadores, a comercialização direta para os consumidores, eliminando da cadeia de suprimentos a necessidade de intermediários como distribuidores e varejistas. Anteriormente, o transporte de produtos entre fabricantes e seus principais clientes era marcada por uma maior concentração e estabilidade nos embarques, visto que os destinos dos clientes eram conhecidos e os mesmos procuravam renovar seus estoques periodicamente. Nos EUA, a Gateway e a Dell dominam o mercado de vendas diretas de computadores pessoais pela Internet. A distribuição destes computadores é feita por transportadoras que possuem um elevado grau de penetração em diversos mercados. Na gestão do transporte, cada vez mais as empresas que realizam uma distribuição altamente pulverizada, buscam sistemas como roteirizadores para auxiliá-las na estruturação de rotas. O transporte é marcado por um curto tempo em trânsito (“transit time”) e grande flexibilidade na entrega, feita normalmente entre 1 e 2 dias.

b) Surgimento de portais de transporte
A Internet também está proporcionando o surgimento de novos negócios virtuais ligados à compra e venda de fretes. Na realidade, estão sendo estruturados portais na Internet que fazem a intermediação entre transportadores e embarcadores. Este tipo de modelo de negócio é caracterizado pela contratação de transporte spot. Com isso, o portal permite articular a necessidade de transporte de um embarcador, caracterizado pela origem, destino e o tipo de carregamento, com a oferta disponível. Em outras palavras, o portal busca um transportador que se interessa pelo transporte da carga, tentando ao mesmo tempo obter as melhores condições para o embarcador.

c) Rastreabilidade de carregamentos

Um das grandes vantagens que a Internet oferece na melhoria da qualidade de serviço é a possibilidade de rastrear carregamentos. Empresas de “courier” (entregas), agências marítimas, transportadores rodoviários, ferroviários e operadores logísticos estão utilizando cada vez mais a Internet para disponibilizarem o status dos carregamentos para seus clientes. A Fedex, um dos maiores “couriers” americanos com faturamento superior a US$ 13 bilhões, estruturou no início da década de 90 um sistema de acompanhamento do pedido altamente sofisticado, recentemente beneficiado pela facilidade que a internet propicia. De modo semelhante, empresas brasileiras, como a Varig Cargo, também estão disponibilizando informações sobre o status da carga via internet.

Link para baixar esta apostila:
https://pt.scribd.com/doc/249566602/Apostila-o-Planejamento-Dos-Transportes-No-Contexto-Da-Logistica

Apostila Alunos do 3º ano Logística - material para IV unidade.

Logística de Distribuição



O transporte possui uma forte relação com a logística de Distribuição, uma vez que a definição dos canais passa pelas decisões estratégicas que deverão ser tomadas, de forma colaborativa dentro da cadeia de abastecimento, em relação ao processo logístico.


Ao mesmo tempo, o canal de distribuição também possui uma relação direta com a cadeia de abastecimento. Esses conceitos, a principio, podem parecer muito semelhantes, pois o conceito de cadeia de abastecimento é muito mais abrangente do que o canal de distribuição. Podemos encontrar dentro de uma cadeia de abastecimento vários canais de distribuição, pois cada vez que um produto sofre alteração em sua forma e características possivelmente ele precisará de uma nova estrutura de comercialização e distribuição física.



Canais de Distribuição


Um canal é o conjunto de organizações independentes envolvidas no processo de tornar o produto ou serviço disponível par o uso ou consumo.


No que tange a logística, é importante analisar os tipos de canais de distribuição, pois além do aspecto relacionado à venda do produto, e que consequentemente está ligado mais diretamente ao marketing, também é necessário analisar como será a distribuição física ao longo do canal.


A distribuição física está relacionada com os processos operacionais e de controle que permitem transferir os produtos desde o ponto de fabricação até o ponto em que a mercadoria é finalmente entregue ao consumidor. Uma empresa poderia vender diretamente o seu produto ao consumidor final, mas na maioria das vezes isso tornaria o negócio inviável, quer seja pelo investimento necessário a fim de realizar a distribuição física do produto a todos os mercados atendidos, quer seja pela diversidade de produtos que precisaria fabricar para atender seus clientes.


Assim, a utilização de canais de distribuição permite que a empresa concentre seus esforços em seu ramo principal de atividade, ao mesmo tempo que a lhe proporciona maior flexibilidade estratégica.


Participantes do Canal

Entre os participantes de um canal de distribuição encontramos os produtores e fabricantes, que são responsáveis pela criação e produção, e os intermediários, que são empresas que dão suporte aos fabricantes na tarefa de distribuição de seus produtos/serviços operando em dois níveis: atacadista/distribuidor e varejista.



Atacadistas são empresas engajadas na venda de produtos para aqueles que compram para revender ou para uso comercial. Os atacadistas geralmente mantêm uma força de vendas que permite ao fabricante reduzir o custo em sua estrutura sem perder mercado. É essa força de venda que está em contato direto e constante com o cliente varejista, obtendo informações valiosas que se bem administrada, podem contribuir para que a indústria atenda cada vez melhor o seu consumidor.


Cobrir áreas geográficas extensas requer a disponibilidade de produtos em regiões estratégicas. Os atacadistas em seus centros de distribuição, localizados em áreas próximas de seus clientes, mantêm estoques proporcionando entrega rápida e eficiente. Trabalhando com várias indústrias, atacadista tem um custo de processamento de pedidos absorvido por um número maior de produtos. Os atacadistas trabalham com um grande número de produtos e realizam as vendas através de vendedores que ofertam cerca de 5 a 6 mil itens ou mais. Pelo grande volume de produtos de seu portfólio/catálogo, o vendedor não consegue passar ao varejista todos os itens disponíveis, e assim, nesse formato, quem gera a demanda é o varejista, que solicita ao vendedor normalmente as marcas líder.


Varejistas são empresas engajadas na venda de produtos diretamente ao consumidor final. A principal tarefa do varejista no canal de distribuição é interpretar as necessidades dos clientes e servir de agente de compra para esses junto aos diversos fabricantes e atacadistas, disponibilizando os produtos agregados e compostos da melhor forma em locais convenientes aos consumidores no que diz respeito a instalações físicas, localização e com mão-de-obra especializada e treinada a dar o melhor atendimento ao consumidor final.

Uma vez que o foco principal passa a ser a satisfação do cliente, e não mais simplesmente a melhor forma de colocar o produto no seu destino final, a escolha dos intermediários irá envolver a análise de quem, ao longo do canal, poderá executar as funções demandadas da melhor forma possível. Assim, o olhar para o mercado será fundamental, pois a empresa deve escolher os canais com olhos no provável ambiente de vendas atual e futuro, e algumas variáveis deverão ser analisadas, como:

  • Geografia de Mercado 
  • Tamanho do Mercado 
  • Densidade do Mercado 
  • Comportamento do Mercado 
Tipos de Canais

Podemos destacar os seguintes tipos de canais:
Canais Verticais – são os mais tradicionais, em que o fabricante vende a um atacadista, que por sua vez, vende ao varejista e este último realiza a última parte da operação coma a entrega do produto ao consumidor final. Nesse tipo de canal, as funções são transferidas ao longo da cadeia, o que pode comprometer a realização das funções de forma satisfatória, com é o caso da troca de informação, pois nem sempre o varejista, que é o último elo do canal, poderá atender ao cliente final de forma satisfatória, principalmente quando temos produtos com alta complexidade tecnológica. Tomemos como exemplo um fabricante de móveis para escritório residencial e industrial: o varejista pode não ter informação técnica suficiente para elaborar um projeto para uma área industrial
.


 

Canais Híbridos – nesse tipo de canal as funções são executadas em paralelo pelos elementos que compõe o canal. Por exemplo, a venda pode ser realizada diretamente pelo fabricante, mas a distribuição será realizada por um grande atacadista e o serviço de pós-venda, por uma rede de assistência técnica credenciada. Existe alguns cuidados a serem tomados ao estabelecer esse tipo de canal, e um deles está relacionado ao ganho financeiro dos elementos que executam as funções parciais. Como descrito, o distribuidor/atacadista não será responsável pela venda do produto, dessa forma a sua margem será menor do que para outro produto em que ele realiza a função de geração e satisfação de demanda. Nesses casos, um dos elementos da cadeia possui forte liderança no mercado, e, geralmente esse elemento é o fabricante.
 


Canais Múltiplos - geralmente utilizamos quando se tem, para um mesmo produto consumidores diferentes. Assim, o estabelecimento de canais múltiplos pode permitir maior flexibilidade estratégica. Produtos que apresentam alta complexidade e que têm consumidores distintos. Por exemplo, temos dois consumidores distintos, o residencial e o industrial, que irão necessitar de níveis de informação e de serviços distintos. Neste caso, deve-se tomar cuidado de estabelecer fronteiras nítidas na atuação de cada canal.







Propriedade dos canais

Além de definir os canais a serem utilizados, é preciso também definir as propriedades dos canais que estão relacionadas à extensão e amplitude.
A extensão de um canal corresponde ao número de níveis de intermediários, assim, podemos ter os seguintes níveis:

Canal nível Zero – quando o fabricante vende diretamente ao consumidor final. São os casos de venda porta a porta, por exemplo, produtos Avon, etc.


Canal de um nível – quando existe um intermediário ente o fabricante e o consumidor final, ou seja, o fabricante vende diretamente ao varejista, caso da indústria de eletrodomésticos que vende diretamente a grandes redes de varejo.


Canal de dois níveis – quando existem dois intermediários entre o fabricante e o consumidor final, ex.: grande indústria que utiliza um atacadista/distribuidor para atingir pequenos varejos.

A estrutura do canal, em níveis, deve refletir como as funções serão alocadas, isto é, com as tarefas serão desempenhadas ao longo do canal.

A amplitude é representada pela quantidade de empresas que atuem em um canal, podemos ter:

Distribuição exclusiva – representa a exclusividade de uma empresa para uma determinada região, e geralmente é utilizada quando o produto tem um valor elevado e a decisão sobre a compra está relacionada à marca do produto, ex.: concessionárias de veículos.

Distribuição seletiva – representa a utilização de mais de uma empresa atuando em um determinado mercado, mas de forma controlada. Nesse caso, utiliza-se quando o consumidor procura realizar uma pesquisa antes de decidir a compra o produto, assim é interessante que ele esteja em lojas especializadas, como as de eletrodoméstico, moveis, etc.

Distribuição intensiva - representa a utilização do maior número de estabelecimentos possíveis. Geralmente utilizada para itens de consumo diário, em que a conveniência é valorizada pelo cliente, como sabonete, coca-cola, etc

Link para baixar essa apostila:

https://pt.scribd.com/doc/249566288/Apostila-Canais-e-Participantes



Apostila Alunos do 4º ano Logística - material para IV unidade.


SCM – Supply Chain Management

Introdução
O Supply Chain management, ou gerenciamento da cadeia de suprimento, é a ciência que visa unir todas as fases do processo de Supply Chain (cadeia de suprimento), visando aperfeiçoar os métodos e as etapas de produção, compras e suprimentos, inventário, administração, previsões, armazenagem, transporte e entregas dos produtos. Baseia-se na parceria de empresas de diversos setores de cada uma das etapas do Supply Chain, como fornecedores, indústria, armazéns, varejista, distribuidores, etc. O processo inicia-se com o pedido do cliente, depois vem a produção , o armazenamento e a distribuição dos produtos e suprimento par ao site do cliente. Esse processo proporciona o compartilhamento de previsões de venda, diminuição de custos, agiliza as entregas e otimiza a produtividade. Tudo visando à satisfação do cliente (CARDOSO, 2005) 

Para melhor entender o conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos, é fundamental entender primeiro o conceito de canal de distribuição já bastante consolidado e muito utilizado por marketing. 


Canal de Suprimento - Instrumento fundamental para a eficiência de processo de comercialização e distribuição de bens e serviços, o canal de distribuição pode ser definido como o conjunto de unidades organizacionais, instituições e agentes, internos e externos, que executam as funções que dão apoio ao marketing de produtos e serviços de uma determinada empresa. (Christopher, 1999).

Dentre as funções de suporte ao Marketing incluem-se compras, vendas, informações, transporte, armazenagem, estoque, programação da produção e financiamento. Qualquer unidade organizacional, instituição ou agente que execute uma ou mais funções de suporte ao marketing é considerado um membro do canal de distribuição. 

Os diversos membros participantes da distribuição podem ser classificados em dois grupos:

Membros Primários: aqueles que participam diretamente, assumindo o risco pela posse do produto. Ex.: fabricantes, atacadistas, distribuidores e varejistas.

Membros Secundários: aqueles que participam indiretamente, basicamente por meio da prestação de serviço aos membros primários, não assumindo o risco da posse do produto. Ex.: empresas de transporte, armazenagem, processamento de dados e prestadores de serviço logísticos integrados.

Segundo Isaac (1996), o avanço da informática, combinado com a revolução nas telecomunicações, criou as condições ideais para se programar processos eficientes de coordenação. É exatamente esse esforço de coordenação nos canais de distribuição, por meio da integração de processos de negócios que interligam seus diversos participantes, que está sendo denominado de Supply Chain Management.

Em outras palavras, o SCM representa o esforço de integração dos diversos participantes do canal de distribuição por meio da administração compartilhada de processos-chave de negócios que unem várias unidades organizacionais e pessoas, desde o consumidor final até o fornecedor de matéria-prima.

SCM é uma abordagem sistêmica de razoável complexidade, que implica alta interação entre os participantes.


DESCRIÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO

Cadeia de Suprimento é uma rede de facilidades que representa a função de procura de material, transformação do material em produtos intermediários e acabados, e distribuição dos produtos acabados para as clientes. Também pode ser definida como uma rede de empresas autônomas ou semiautônomas, coletivamente responsáveis pelas atividades de obtenção, fabricação e distribuição, associadas com uma ou mais famílias de dados produtos


O ESTOQUE E O LEAD TIME AO LONGO DA CADEIA DE SUPRIMENTO

Diferentes fontes de incertezas existem ao longo da cadeia de suprimento. Incluem as flutuações de demanda (variação as compras pelos clientes) e as incertezas inerentes ao processo, tais como: downtime (período inativo) de máquinas, confiabilidade, transporte, quantidade a ser produzida; e aquelas inerentes ao fornecimento, como, por exemplo: qualidade, quantidade e prazos de entrega. Estoques são frequentemente usados para proteger a cadeia dessas incertezas. 

Estoques armazenados em diversos pontos da cadeia de suprimento têm influências distintas nos custos e no desempenho do serviço da cadeia. Estoques em vários pontos têm diferentes níveis de resposta, os produtos acabados podem ser embarcados para o cliente sem atraso. Enquanto isso, para produtos inacabados ou matéria-prima, o cliente deve esperar o lead time (tempo de execução). O maior desafio no Gerenciamento da Cadeia de Suprimento é com controlar os estoques e custos, enquanto maximiza seu desempenho com o cliente.

A previsão de vendas é um item muito importante dentro do Gerenciamento da Cadeia de Suprimento, e esta previsão tem como objetivo otimizar a gestão de estoque.

FORÇAS EXTERNAS


Globalização

A abertura de mercado nos permite dizer que o mundo entrou em um novo estágio de desenvolvimento. Acordos regionais como o Mercosul, NAFTA, Pacto Andino e outros, bem como a globalização da economia, vêm expondo as empresas brasileiras a uma concorrência forte com as economias mais competitivas do mundo. As empresas são obrigadas a ser mais eficientes nos seus processos produtivos e administrativos. A pressão sobre a globalização do mercado é bastante intensa devido à limitação do mercado interno das nações desenvolvidas, como é ocaso dos EUA, Japão, Inglaterra, Alemanha e outros.

Mercado e Demanda do Consumidor

Entender as necessidades do cliente é fator principal para o sucesso da organização e das soluções que ela apresenta em forma de serviço ou produto. As melhores empresas ouvem o cliente nas fases iniciais de desenvolvimento do produto. Um novo produto ou serviço deve apresentar um valor adicional ao cliente a um preço que ele queira pagar. De uma forma global, a inovação alcança o sucesso quando combina alguns fatores com preço, função, tempo, e atende às necessidades do mercado

Competição

Os competidores empregam diferentes estratégias, sempre lutando por uma posição de vantagem. Os mais ferrenhos tentam suprir as necessidades dos clientes, utilizando tecnologias que dificilmente podem ser imitadas a curto e médio prazo. O objetivo nessa luta pela sobrevivência no mercado é realizar movimentos que posam neutralizar os investimentos efetuados pelos concorrentes, a fim de conquistar o cliente, satisfazendo suas necessidades e ao mesmo tempo enfraquecer o concorrente.



OPORTUNIDADES OFERECIDAS PELO SCM

Embora seja conceito em evolução cuja utilização ainda se restringe a um conjunto de empresas mais avançadas, o SCM já está na agenda da maioria dos gerentes das grandes empresas internacionais. Artigos na imprensa especializada, como a Fortune, estão anunciando o SCM com a nova fonte de vantagens competitivas. (Christopher, 1999 p.40).O enorme interesse pelo SCM é explicado em função tanto dos exemplos de sucesso já conhecidos, quanto do nível de complexidade e falta de coordenação da maioria dos canais de distribuição que existem nos dias atuais. 

Link para baixar essa apostila:

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Modelo para Atividade

Depois de visualizar estes vídeos, gostaria que vocês produzissem um texto (no mínimo 20 linhas) levando em consideração o conhecimento adquirido com a postagem A IMPORTÂNCIA DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA A COMPETITIVIDADE LOGÍSTICA e os vídeos Evolução da Logística, Logística da Natura e MedLog, enfatizando qual a importância da logística e do Sistema de Informação para o desenvolvimento do comércio na atualidade.
OBS.: deve-se enviar este arquivo para o e-mail do Professor Nelson (professor.nelson@hotmail.com) até o dia 14/11/2014 (improrrogável).

Orientações:

  • Baixe o arquivo do texto ou leia no Blog;
  • Assista os vídeos;
  • Baixe o arquivo do Modelo para atividades;
  • Faça a sua produção conforme o modelo apresentado;
  • Envie para o e-mail do professor no prazo.